4/6/2019
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Na noite da última sexta-feira (31/05), o curso de Psicologia da Faculdade de Pato Branco (FADEP), por meio do Programa de Saúde do Acadêmico (Prosa), promoveu a palestra “Viver: entre dores e delícias”, ministrada pela professora Ma. Juliane Varaschin, psicóloga e psicanalista. O momento de reflexão, voltado à promoção e prevenção da saúde mental no ambiente universitário, reuniu professores e funcionários, além de alunos de diversos cursos. Na ocasião, foram arrecadados 93 litros de leite, destinados ao Remanso da Pedreira.
A coordenadora do curso de Psicologia da FADEP, professora Ma. Carla Maria Wojcikiewicz Caldas Baumer, explicou que o Programa Prosa refere-se a um projeto de extensão, que resulta do trabalho de estágio supervisionado de um grupo de alunos do 5º período. Agora, as ações do grupo estão sendo materializadas de uma forma mais ampla, com palestras e diversas ações, voltadas ao desenvolvimento da saúde mental da comunidade acadêmica.
“Nesse processo de formação dos nossos acadêmicos, em Psicologia, é muito importante que eles olhem a perspectiva da saúde mental não apenas como tratamento, mas como prevenção e promoção, a partir de uma análise enquanto estudantes, mas observando a necessidade dos outros alunos, a partir de demandas reais, se desenvolvendo enquanto profissionais de forma mais humanizada”, avaliou a professora Carla.
Sobre as ações do Prosa, voltadas à integração dos cursos da FADEP, Carla enalteceu que essa condição representa um ganho para os acadêmicos, que vivenciam o processo de construção profissional. Paralelamente, os avanços mais significativos referem-se à Faculdade como um todo, pois a saúde mental está sendo trabalhada de forma ampla, com foco na prevenção. “O curso de Psicologia tem, neste projeto de extensão, o envolvimento de outros cursos, por meio de uma sinergia muito grande, o que está refletindo na melhora da aprendizagem e da empatia, bem como no desenvolvimento das habilidades e competências comportamentais dos estudantes da FADEP”, salientou.
A palestra “Viver: entre dores e delícias”
A professora Ma. Juliane Varaschin iniciou sua fala com a pergunta: “o que é a vida”?. A partir disso, enfatizou a importância da autorreflexão constante, visando a identificação dos objetivos para a vida. “A realização pela conquista de algo está muito além de bens materiais. É necessário ir além, estar sintonizado com o movimento da vida, pois a vida considera tudo, tudo é possível desde que criemos condições para alcançar o que é almejado. O desejo de ir adiante deve ser constante”, pontuou.
Considerando que boa parte do público foi composto por estudantes, Juliane também falou sobre adversidades. “Os momentos ou situações ruins são inevitáveis, mas a forma como encaramos essas situações, deve ser diferente, não ser reconhecida apenas pela negatividade. Precisamos reconhecer que a vida é movimento, e estar nesse mesmo movimento, de vida, é um processo necessário, mas que dá trabalho”, disse.
Transferir a culpa das consequências dos próprios atos, também foi um dos pontos abordados pela professora. “Quando vivemos um conflito, a tendência é culpabilizar o outro, pois normalmente as pessoas não querem reconhecer a origem do problema, para evitar o desprazer, quando, na verdade, essa postura gera mais mal-estar. Isso ocorre, principalmente, quando almejamos ser amados e, por isso, ouvir a crítica é muito difícil”, disse.
Juliane mencionou, ainda, que a obstrução dos afetos é uma cultura predominante na atualidade, por isso as pessoas se distanciam umas das outras ou fantasiam ideais. “A realidade está cada vez mais restrita a um ideal de mundo. O problema é estagnar em alguns objetos e idealizá-los, como se fossem as únicas possibilidades. Ir além requer abdicar de alguns mundinhos nossos, para poder ocupar outros”, disse.
Sendo assim, outra pergunta que deveria ser recorrente, segundo Juliane, seria: “o que eu tenho a ver com o estado de coisas que me acontece”? “A vida fluiria melhor se compreendêssemos o potencial de resolução de conflitos que cada um de nós possui. Perguntar-se se estamos fazendo o melhor possível é uma forma de não culpar sempre o outro e estarmos à altura da vida, compreendendo o que está acontecendo a nossa volta. Quando começamos a fazer isso, a exercitar essa prática, mais leve a vida passa a ser”, completou.
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Matéria: Profa. Ma. Jozieli Cardenal Suttili / Jornalista MTB 9268 – PR
Coordenadora da Agência Experimental de Comunicação da FADEP.