17/10/2018
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Com o propósito de alertar os acadêmicos de Medicina da Fadep sobre os riscos de uma eventual sobrecarga emocional, que, eventualmente, pode decorrer da pressão e do rigor imposto àqueles que buscam uma formação na área médica, o Centro Acadêmico de Medicina XXV de Setembro, em parceria com o PADIS e apoio da Coordenação do Curso de Medicina da instituição, apresentou a iniciativa de organizar uma palestra para abordar o tema Saúde Mental. A iniciativa para a realização desse projeto partiu da necessidade de abordar o assunto devido a diversos acontecimentos que incluíram suicídios recorrentes e diversos problemas de saúde mental, buscando oferecer auxílio para os estudantes, melhorando a qualidade de vida e mantendo um debate ativo para a humanização do estudo médico.
Realizada no último dia 5 de outubro, a palestra foi proferida pelo médicos Ricardo Zimmer e Audrey Gotardi, que, a partir de suas formações acadêmicas e larga experiência profissional, abordaram a questão a partir de dados e reflexões sobre o ambiente de competitividade e excessiva pressão que, muitas vezes, é encontrado entre estudantes de Medicina. Ricardo, médico formado pela FURB, com especialização e residência em Psiquiatria, trouxe aos presentes uma série de questionamentos e provocações positivas para a reflexão sobre alternativas capazes de evitar ou minimizar os riscos de se passar a fazer parte destas preocupantes estatísticas. Entre outras alternativas, sugeriu a realização de atividades físicas, uma boa qualidade do sono e a alimentação equilibrada como formas simples, mas eficazes, de preservar a saúde física e mental. O profissional, que além das especializações na área médica, também possui formação em coaching, também orientou os futuros médicos sobre como atuar diante de pacientes e amigos que estão em uma situação de risco.
Por sua vez, Audrey Gotardi, cuja experiência profissional possui ênfase em psiquiatria, trouxe dados relevantes sobre estatísticas de transtornos mentais em profissionais médicos, ressaltando que, entre 10 a 12% dos médicos, conforme números por ela apresentados, têm, ou terão, transtornos psiquiátricos ou psicológicos. Segundo ela, os profissionais da área, por circunstâncias diversas, como sobrecarga de trabalho e um ambiente normalmente marcado pela pressão, possuem uma alta prevalência de estresse, fadiga, obsessão/compulsão, ideação suicida, suicídio, síndrome de Bornout e dependência de drogas.
Para a coordenadora do Padis, Jaqueline Bernardi, o encontro, do qual participaram as turmas I e II de Medicina FADEP, acadêmicos de enfermagem, professores, funcionários e convidados, foi de grande valia para todos os presentes, permitindo a reflexão sobre um tema que esteve em evidência durante o mês de setembro. Para ela, ações dessa natureza são sempre bem vindas, visto que possibilitam a análise reflexiva sobre o momento certo de pedir ajuda. “Abordagens como esta contribuem para o autoconhecimento e o desenvolvimento de nossos alunos, lançando um olhar humanizado e atento às necessidades de nossos alunos de forma integral”, concluiu.