27/4/2018
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Embora a expectativa da equipe que representou os cursos de Engenharia Mecânica, Elétrica e Civil da Fadep na edição 2018 do Grande Prêmio Petrobrás de Energia Sustentável fosse apenas “adquirir experiência”, como bem frisou o coordenador da delegação que levou o “Greenkar” a São Paulo, Professor Ricardo Bertoncello, o veículo surpreendeu a todos, terminando a competição na terceira colocação, à frente de instituições tradicionais em certames dessa natureza, e atrás apenas do Instituto Mauá de Tecnologia e da Unisp, instituições detentoras de vários títulos em competições de energia sustentável.
O surpreendente resultado não veio, porém, sem todos os percalços que uma boa história sempre traz consigo. Ainda na terça-feira (24), primeiro dia do evento, enquanto aguardava a vistoria do “Greenkar”, a equipe foi surpreendida com a exigência de espelhos retrovisores nos veículos, problema que foi resolvido com alguns integrantes do grupo comprando o acessório nas proximidades do autódromo e instalando-o rapidamente no "carrinho". Na quarta-feira (25), primeiro dia das classificatórias, novo imprevisto. Dessa vez, antes mesmo de completar a primeira volta no circuito, o “Greenkar” ficou pelo caminho. Levado rapidamente para o box, foram constatados problemas no conversor e em alguns componentes eletrônicos, problemas estes que foram resolvidos somente no meio da tarde, impedindo com que o veículo participasse das tomadas de tempo do dia.
A quinta-feira, no entanto, seria bem diferente, com o “Greenkar” participando normalmente das classificatórias e dando mostras que, talvez, a equipe da Fadep poderia sonhar com ganhar algo mais do que experiência, o que acabou se confirmando ao término da competição, com a confirmação do terceiro lugar.
Para o acadêmico Everton Fuzinatto, a participação da equipe da Fadep na principal competição nacional de energia sustentável do Brasil pode ser resumida em duas palavras: “dificuldade e superação”. Para o futuro engenheiro, as dificuldades começaram já na chegada ao autódromo. Nada, porém, que viesse a tirar o ânimo da equipe. “O prêmio foi uma surpresa, mesmo por que nosso objetivo inicial foi plenamente cumprido, pois tivemos um grande aprendizado convivendo com as demais equipes. Agora é continuar trabalhando, pois vamos construir um carro ainda melhor e mais competitivo”, destacou.
O entusiasmo de Everton é compartilhado pelo piloto do veículo, Leonardo Chuarts, para quem “embora nosso terceiro lugar, constatamos que nosso carro é muito pesado, com baterias pesadas, algo que podemos melhorar muito”. Mesmo assim, em sua avaliação, o veículo se comportou muito bem, “firme, constante, com boa velocidade”, em suas palavras. Para ele, “O resultado, embora inesperado, veio para mostrar que, mesmo ainda inexperientes em competições dessa natureza, vínhamos fazendo um trabalho sério e focado. Com certeza a próxima versão do carro será muito melhor do que a atual”.
Um resultado dessa magnitude, como bem frisa o Professor Bertoncello, só foi possível por que em 2017, quando, aceitando o desafio proposto pela organização da Inventum, a Fadep, através de suas engenharias, reativou o projeto iniciado em 2014. E foi justamente a vitória na competição da Inventum que abriu as portas para a participação no Grande Prêmio Petrobrás de Energia Sustentável. Com o resultado positivo, o grupo começou imediatamente a pensar da nova versão do “carrinho”, como fala Bertoncello. Próxima parada? A etapa brasileira da Shell Eco Marathon, competição de nível internacional que qualifica seus melhores participantes para a etapa mundial, em Detroit, nos Estados Unidos. Desta vez, é bem provável que o discurso de “ganhar experiência” seja substituído por outro.