27/5/2019
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No último sábado (25/05), a bacharel em Direito e tradutora intérprete Clicélia Coutinho de Oliveira esteve na faculdade, falando sobre a legislação brasileira e enaltecendo a importância da formação de profissionais aptos a traduzir e interpretar a Língua Brasileira de Sinais
A Faculdade de Pato Branco (FADEP), por meio da Coordenação de Pós-graduação, Pesquisa, Extensão e Inovação (COPPEX), está ofertando curso de extensão de Língua Brasileira de Sinais (Libras), nos níveis básico e intermediário. No último sábado (25/05), o grupo formado por mais de 50 alunos, teve um encontro com a bacharel em Direito e tradutora intérprete Clicélia Coutinho de Oliveira, que também é voluntária da Feneis Paraná, a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, com atuação no Estado. Na ocasião, entre os convidados, estiveram presentes surdos de Maringá, Francisco Beltrão, São Lourenço do Oeste e Chapecó.
Na oportunidade, Clicélia abordou os direitos dos surdos em território nacional, enaltecendo a importância da atuação dos profissionais intérpretes para que a legislação voltada à inclusão seja cumprida. “Algumas vitórias foram alcançadas, pois há leis em nosso país voltadas à inclusão dos surdos, mas a maior dificuldade, hoje, é a formação de profissionais para suprir essa demanda. As leis precisam ser cumpridas, sim. Porém, os profissionais que farão a ponte para a inclusão e a acessibilidade da pessoa surda, eles estão sendo preparados? Temos que refletir sobre esse assunto, também”, pontuou.
No decorrer da tarde, Clicélia falou sobre as leis brasileiras pertinentes aos surdos e também compartilhou dicas para o trabalho dos profissionais tradutores e intérpretes de Libras. “Os profissionais precisam compreender a importância da Libras, que é uma língua, e como esse sujeito surdo deve ser inserido na sociedade, quais são as leis e direitos que o beneficia e como o trabalho do tradutor e intérprete pode contribuir para isso”, destacou.
Nesse sentido, Clicélia enalteceu a iniciativa da FADEP em promover o curso de extensão de Libras, iniciado em abril. “É muito gratificante poder compartilhar o que vivencio nessa área. A FADEP está de parabéns pela iniciativa. Nós, que atuamos na área da surdez, ficamos gratos diante de um projeto tão valoroso como este, pois esse tipo de postura garante que a acessibilidade aconteça, também pelo fato de termos, aqui, alunos ouvintes tendo aula com professores surdos, que são os nativos da língua, o que certamente enriquecerá ainda mais a formação dos alunos deste curso”, enfatizou.
Clicélia começou a atuar como intérprete de forma voluntária em 2005, iniciando a carreira profissional em 2007. Hoje, ela é intérprete em uma Instituição de Ensino Superior na cidade de Cascavel. Atualmente, estuda Licenciatura em Letras/Libras na Unioeste, possui pós-graduação em Educação Bilíngue para Surdos e, no momento, cursa pós-graduação em Direito Público.
A professora Luciana de Freitas Bica, psicóloga e intérprete de Libras, uma das titulares responsáveis pelo curso, enfatizou que a formação de profissionais intérpretes é uma demanda social e, por isso, a FADEP está buscando diversificar, cada vez mais, a formação que está sendo ofertada.
“A acessibilidade ainda é um problema no Brasil, pois temos as leis, mas não temos a quantidade suficiente de profissionais intérpretes. Os nossos alunos, certamente, estão tendo uma formação diferenciada. E já estamos estudando a continuidade das ações, que hoje representam um grande projeto voltado à inclusão da pessoa surda em âmbito regional”, destacou a professora Luciana.
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Matéria: Profa. Ma. Jozieli Cardenal Suttili / Jornalista MTB 9268 – PR
Coordenadora da Agência Experimental de Comunicação da FADEP.